Algas nocivas poderiam ser transformadas em biocombustível

A poluição nos cursos de água pode causar a proliferação de algas terríveis que sufocam a vida marinha e contaminam o abastecimento de água. Em alguns lugares, as algas se estendem por áreas tão grandes que elas são visíveis do espaço.

Imagem de satélite, tirada em agosto de 2014, mostra uma enorme "mancha de algas" no lago Erie

Imagem de satélite, tirada em agosto de 2014, mostra uma enorme “mancha de algas” no lago Erie

Na pesquisa apresentada na reunião anual da American Chemical Society, os pesquisadores propuseram uma maneira de lidar com esse grande problema. Uma das razões para que a proliferação de algas ocorra é o escoamento de fazendas, que enchem a água com nitrogênio e fósforo provenientes de fertilizantes. A fim de eliminar o problema, eles sugeriram que seja feito o aproveitamento desse ciclo prejudicial para o bem.

Em vez de deixar os nutrientes do escoamento entrar em corpos de água maiores, como o Lago Erie, onde as algas chegam a formar enormes blocos e danos inacreditáveis, cientistas propõem usar os efluentes para fazer crescer algas intencionalmente, mais perto da origem dessa água despejada. Essas algas iriam devorar todos os nutrientes antes mesmo deles descerem pelo rio, evitando grandes e problemáticas brotações. As vantagens de escolher onde as algas crescerão também significa que elas poderão ser colhidas, reduzindo a poluição e transformando-as em um recurso que pode ser utilizado para a produção de biocombustíveis. Os cientistas estão testando materiais impressos em 3D onde as algas poderão ser cultivadas em um tipo de ambiente controlado.

Tecnologias semelhantes já estão limpando as vias navegáveis ​​em áreas como a Flórida. A diferença com esta nova tecnologia é que, ao contrário dos projetos maiores, pode ser utilizada sem ser ligada a uma grande rede elétrica, e não tem de ser monitorada o tempo todo.

“Eu cresci em uma fazenda, e eu sei em primeira mão as necessidades dos agricultores de pequena escala, bem como os problemas gerados pela proliferação de algas”, disse John Miller, um químico da Western Michigan University, que trabalhou no projeto. “Mas eu também sou um químico, por isso vejo um lado positivo nas algas.”

O método de Miller está atualmente sendo testado em laboratório, mas os testes de campo começarão em breve.