Qual casa dos “três porquinhos” sobreviveria a uma erupção vulcânica?

Na história “Os Três Porquinhos”, os pontos fortes de cada material de construção ficam evidentes depois da ventania provocada pelo lobo. Mas como estruturas simples poderiam resistir a um perigo natural mais complexo, como uma erupção vulcânica? Um novo estudo avalia as diversas ameaças a que estão sujeitas as estruturas durante uma erupção, na esperança de ajudar as comunidades a compreender melhor seus pontos fracos.

Erupções de vulcões explosivos, como os que existem no Anel de Fogo do Pacífico, oferecem muito mais riscos que apenas a lava. A chuva de cinzas e a queda de rochas aquecidas podem sobrecarregar ou perfurar telhados. Fluxos escaldantes de cinza, detritos ou lama podem atingir paredes e fluir através de portas e janelas, considerando, é claro, que a construção não tenha sido arrasada por um terremoto, uma explosão vulcânica ou soterrada por um deslizamento de terra. Até casas bem construídas enfrentam sérios desafios em regiões de risco vulcânico.

Uma equipe internacional de avaliação de riscos vulcânicos visitou áreas próximas a dois vulcões ativos: o Kanlaon, nas Filipinas, e o Fogo, em Cabo Verde. Os pesquisadores descobriram que a maioria das construções próximas ao vulcão Fogo era de alvenaria com telhados de concreto reforçado. Na região próxima ao vulcão Kanlaon, as casas eram feitas de alvenaria, madeira ou de folhas entrelaçadas de palmeira e utilizavam aço corrugado como material comum de cobertura.

Os resultados da pesquisa foram publicados em um artigo da Revista de Vulcanologia e Pesquisa Geotérmica. No artigo, os cientistas afirmam que estruturas de alvenaria não reforçada com telhados de concreto podem ser vulneráveis a terremotos vulcânicos. Estruturas de madeira podem resistir melhor a abalos sísmicos, mas são vulneráveis a cinzas e detritos caindo do céu ou fluindo pelo solo. Por outro lado, estruturas de alvenaria podem suportar chuvas de cinzas muito bem.

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