Novos dados recolhidos pela sonda Voyager 1 da NASA têm ajudado os cientistas confirmarem se a sonda longínqua estaria realmente viajando através do espaço interestelar.
A Voyager 1 fez manchetes em todo o mundo no ano passado, quando os cientistas da missão anunciaram que a sonda tinha aparentemente deixado a heliosfera – a enorme bolha de partículas carregadas e campos magnéticos em torno do sol – em agosto de 2012.
Eles chegaram a essa conclusão depois de analisar medidas que a Voyager 1 fez, na esteira de uma poderosa erupção solar, conhecida como ejeção de massa coronal, ou EMC. A onda de choque deste EMC fez com que as partículas em torno Voyager 1 vibrassem substancialmente, permitindo que os cientistas da missão calculassem a densidade em torno da sonda ( Porque o plasma mais denso oscila mais rápido).
Esta densidade era muito maior do que a observada nas camadas mais externas da heliosfera, permitindo que os membros da equipe concluíssem que a Voyager 1 entrou um novo reino cósmico. ( O espaço Interestelar está mais vazio do que as áreas perto da Terra, mas o sistema solar se afina dramaticamente perto da borda da heliosfera.)
A EMC em questão entrou em erupção em março de 2012, e sua onda de choque chegou a Voyager 1, em abril de 2013. Após estes dados chegarem, a equipe desenterrou um outro evento menor de EMC, um choque que iniciou-se desde o final de 2012, que inicialmente tinha passado despercebido. Ao combinar essas medições separadas com conhecimento da velocidade de cruzeiro da Voyager 1, os pesquisadores foram capazes de rastrear a entrada da sonda para o espaço interestelar a agosto de 2012.
E agora os cientistas da missão têm a confirmação, na forma de dados de um terceiro choque CME, que Voyager 1 observou em março deste ano, os oficiais da NASA anunciaram na segunda-feira (7 de julho).
Espaço interestelar começa onde termina a heliosfera. Mas por algumas medidas, a Voyager 1 se mantém no interior do sistema solar, que é rodeado por uma concha de cometas conhecida como a Nuvem de Oort.
Enquanto não se sabe exatamente o quão longe a Nuvem de Oort está da Terra,a Voyager 1 não vai ficar lá por um bom tempo. Os cientistas da NASA estimam que a Voyager 1 vai emergir da Nuvem de Oort em 14.000 a 28.000 anos.
A nave lançada em setembro de 1977, cerca de duas semanas depois de sua irmã gêmea, a Voyager 2. As sondas embarcaram em um “grand tour” do sistema solar exterior, dando ao mundo alguns de seus primeiros olhares em Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e as luas desses planetas.
Como Voyager 1, a Voyager 2 ainda está ativa e em operação. Elas tomaram uma rota diferente através do sistema solar e é esperado que elas se encontrem no espaço interestelar daqui a alguns anos.