Conheça o bizarro Lagarto-de-Chifres, que espirra jato de sangue pelos olhos

O lagarto-de-chifres é, muitas vezes, chamado de “sapo com chifres” ou “sapo chifrudo”, porque o seu agachamento, sua forma achatada e pequena, com focinho “amassado” faz com que ele se assemelhe com um. Há mais de uma dúzia de espécies reconhecidas e encontradas nos desertos e ambientes semiáridos da América do Norte e Central, do sul do Canadá a Guatemala.

Phrynosoma hernandesi é classificado como uma espécie não desértica. Em comparação com outras espécies de Phrynosoma, esta é bastante tolerante ao frio, o que explica a sua ocorrência em altitudes elevadas e altas latitudes. Eles vivem próximos de pedras e solo arenoso, áreas de pradarias, desertos de grama baixa, bosques, planícies áridas e semiáridas em altitudes mais elevadas, às vezes até 3.350 m.

Esses lagartos são vivíparos (uma provável adaptação a climas frios) e têm sido conhecidos por produzirem ninhadas grandes, com até 31 filhotes. O acasalamento acontece em abril e maio, e um período de gestação que é de aproximadamente três meses de duração. Quando dão à luz entre agosto e setembro, o filhote nasce com, aproximadamente, 25 mm. A maturidade sexual é atingida, no sexo masculino, no verão após a primeira dormência de inverno e para as fêmeas esse período ainda não foi determinado.

lagarto[1]

As espécies são distinguíveis pela coroa formidável de chifres que adornam a cabeça e os inúmeros espinhos em toda a sua volta. Sua coloração pode ser amarelada, cinza ou marrom-avermelhada, dependendo do ambiente em que vivem, e, combinado com a sua forma, a cor lhes proporciona camuflagem considerável na superfície. Eles se alimentam principalmente de formigas, à espera de um rastejar sem suspeitas, antes de apanhá-las e engoli-las por inteiro. Eles também são conhecidos por comer gafanhotos, besouros e aranhas.

O lagarto-de-chifres é um animal diurno, sendo mais ativo durante a tarde e cavando à noite. Apesar de suas características pontiagudas, estes lagartos servem de alimento para uma série de criaturas, incluindo falcões, cobras, outros lagartos, cães, lobos e coiotes. Consequentemente, além de sua camuflagem natural, eles se adaptaram com um par de talentos notáveis. A fim de afastar os predadores famintos, esses lagartos são capazes de inflar seus corpos até duas vezes o seu tamanho, assemelhando-se a um balão espinhoso. E se tal artimanha se revelar insuficiente, algumas espécies utilizam um dos mecanismos de defesa mais bizarro do reino animal: eles atiram sangue de seus olhos.

lagarto-cornudo-montaje_ampliacion[1]

O sangue esguichando sinistramente emana de dutos nos cantos dos olhos e pode percorrer uma distância de até um metro. Isso serve para confundir possíveis predadores, e também contém uma substância química, que é nociva para os cães, os lobos e os coiotes.

Esses lagartos são listados como “raros” no estado de Dakota do Sul, nos EUA, e estão protegidos de coleta, captura e perturbação sem permissões especiais.

Nos Estados Unidos, eles também são protegidos no Texas e Oregon. Esta espécie está listada como “vulnerável” pela Comissão sobre o Status da Vida Selvagem no Canadá (COSEWIC).

[Jornal Ciência]