O derretimento das geleiras pode acordar antigos vírus congelados

O derretimento das regiões polares já estão causando um aumento sem precedentes do nível do mar, mas há outras ameaças, além de água, enterradas no gelo derretendo rapidamente.

Desde 2003, vírus de grande porte (com mais de 0,5 mícrons) foram encontrados abrigados na permafrost, uma camada de solo no Ártico que costuma ficar congelado permanentemente. Em um novo estudo publicado na PNAS hoje, cientistas anunciaram que estão estudando um vírus de 30.000 anos de idade, encontrado no mesmo ambiente frígido. O vírus antigo, Mollivirus sibericum, é capaz de infectar a ameba moderna, o que levanta preocupações entre os cientistas.

Os autores do artigo preocupam-se que, enquanto os poucos vírus antigos identificados na amostra da permafrost não parecem ser prejudiciais para os seres humanos (eles não encontraram variedades de varíola ou herpes), outros podem não ser tão benignos.

Há uma preocupação de que o aumento das temperaturas e o derretimento do gelo – para não mencionar a exploração de petróleo no Ártico – possa permitir o reaparecimento de vírus antigos mortais.

“Se não tivermos cuidado, e nós industrializarmos estas áreas sem colocar salvaguardas, corremos o risco de um dia acordar vírus, tais como a varíola, que pensávamos estarem erradicados”, disse um dos pesquisadores principais, Jean-Michel Claverie, à AFP.

E não são apenas os vírus gigantes que são encontrados nas regiões mais frias do mundo. Pequenos vírus foram descobertos recentemente em lagos árticos. Parece que todos os tipos de vírus causadores de infecções poderiam descongelar enquanto o mundo aquece.