Frank Lentini, o homem de três pernas

A pequena cidade de Rosolini, localizada na região italiana da Sicília, ficou chocada com o nascimento do bebê Frank Lentini, no dia 18 de maio de 1881.

O menino, décimo terceiro filho de um casal que já tinha cinco meninos e sete meninas, havia nascido com uma grande anormalidade. Tinha três pernas, quatro pés (o quarto pé não era visível, pois estava posicionado atrás da terceira perna) e dois orgãos genitais.

De acordo com os médicos que o examinaram na época, a causa da má formação física era incomum. Frank deveria ter nascido acompanhado de dois irmãos gêmeos, mas, por um capricho da natureza, veio ao mundo sozinho.

Preocupados com a situação, os pais do menino decidiram consultar os médicos sobre a possibilidade de remoção dos membros extras. Ouviram como resposta que alguns deles estavam ligados diretamente à espinha dorsal. Ou seja, retirá-los poderia deixar o garoto paralítico. Como solução, o casal decidiu enviar o filho a um internato especializado em crianças com deficiência.

Segundo Frank, viver no local mudou sua vida. “Até então, eu era uma criança triste e vivia reclamando da minha deficiência”, afirmava. ” Quando cheguei lá, vi crianças cegas, surdas, mudas, com problemas maiores do que os meus”. Frank superou as limitações físicas e aprendeu a andar, correr e até mesmo a cavalgar.

Mas o destino de Frank estava longe da Itália. Aos 18 anos, embarcou com a família rumo aos Estados Unidos, onde começou a sonhar com a carreira de artista de circo. A princípio, teve seu sonho frustrado por causa de seu pai, que queria vê-lo formado em algum curso tradicional.

O rapaz conseguiu driblar a proibição paterna e arrumou emprego no Ringling Brothers Circus, com o nome artístico de “O Grande Lentini”. Posteriormente, graças ao seu ótimo desempenho nos palcos e já com a cidadania americana, foi contratado pelos espetáculos Barnum and Bailey Buffalo Bill. Em toda a trajetória no mundo circense, o maior sucesso de Frank foi o espetáculo em que controlava uma bola de futebol com as três pernas e depois a chutava em direção ao outro lado do palco.

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Se eram a razão do sucesso de Frank, as três pernas também eram motivo de grande lamentação da vida do artista. “Cada perna minha tem um tamanho”, dizia. “Logo, mesmo com três pernas, nenhuma delas forma um par”. Além disso, o artista também ouvia frequentemente questionamentos de como fazia para comprar sapatos. Frank comprava dois pares e dava o calçado adicional de presente a um amigo seu que havia perdido uma das pernas em um acidente.

O fato de ser diferente não o impediu de levar uma vida normal. Teve quatro filhos com Theresa Murray, com quem foi casado até o dia de sua morte, em 22 de setembro de 1966. Mesmo depois de morto, Frank ainda receberia uma singela homenagem. Em 1995, uma foto sua ilustrou a contracapa do álbum “Alice in Chains”, produzido pela banda homônima.

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