A história do viajante do tempo na Times Square

Em junho de 1950 um estranho homem, vestido em roupas muito antiquadas de décadas atrás, foi visto por populares em Times Square, na cidade de Nova Iorque. Parecia perdido e muito assustado com a movimentação intensa dos automóveis e os intensos brilhos dos faróis que o deixavam em pânico. Atordoado, subitamente foi atropelado e veio a falecer quando inadvertidamente foi colhido por um desses veículos.

Time Square, em 1950

Times Square, em 1950

Hubert Rhim era o chefe de polícia da época e encarregado do caso. No início tudo parecia muito comum. Fora um atropelamento. A cidade estava cheia de atropelamentos. Era recolher o corpo, identificar a vítima, encontrar a família e encaminhar o enterro. Tudo muito simples… Até ele ver a vítima pela primeira vez.

Era muito estranho, o homem trajava roupas muito antigas, mas que aparentavam ser novas. Poderia ser um ator ou cantor trajado para uma peça qualquer, afinal aquele lugar era repleto de casas de espetáculos. Bom restavam os pertences para que o sujeito fosse identificado. Foi aí que a coisa ficou muito confusa.

Os pertences que carregava eram:

– Uma moeda antiga. Moeda do Século XIX,  já fora de circulação;

– Uma carta com carimbo postal datada de Junho de 1876;

– Algumas antigas cédulas de dinheiro datadas do mesmo ano, totalizando U$ 70,00;

– Um vale para compra de cerveja no valor de 5 centavos, com o nome de um bar, desconhecido  até mesmo para os moradores mais antigos da área;

– Um projeto de lei para o atendimento de um cavalo e da lavagem de uma carruagem, com endereço de um estábulo situado na Avenida Lexington. Avenida não listada em qualquer livro de endereços da época;

– Cartões de visita com o nome de Rudolph Fentz e um endereço na Quinta Avenida.

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O que mais impressionava entre os pertences é que nenhum deles parecia corrompido com o tempo. Tudo parecia novo e até a moeda brilhava ao cobre polido. Tudo no desconhecido era antigo. De outra época. Até mesmo as roupas de baixo. Aquilo impressionou muito o chefe de polícia Hubert Rhim, mas claro que haveria uma explicação lógica e aquele homem poderia ser um antiquário ou coisa parecida, por isso carregava consigo aquelas coisas.

Então estava definido. O homem possivelmente se chamava Rudolph Fentz e morava na quinta avenida. Agora era só ir ao local e informar a família.

Para a infelicidade dos policiais no endereço citado na quinta avenida só encontraram um barracão onde as pessoas que ali trabalhavam nada sabiam sobre Rudolph Fentz. Nunca ouviram falar e nem mesmo conheciam alguém com esse nome.

Estaca a zero a polícia tentou localizar a família do homem através de uma minuciosa procura em listas telefônicas. Retrocederam ano por ano até que na lista de 1939 conseguiram encontrar alguém com o nome de Rudolph Fentz Júnior.

Entraram em contato com os moradores do local que afirmaram terem adquirido a residência da viúva de Rudolph Fentz, este que morrera em 1945. A viúva mudara para a Flórida e um endereço foi dado para a polícia. Como podem notar, as datas divergem e a polícia já não esperava se tratar do mesmo homem, mas tudo tinha que ser esclarecido.

Não tardou para que o contato de Rubert Rhin com a viúva fosse realizado. A senhora Fentz era uma idosa de idade avançada. Ela afirmou que o homem atropelado não poderia ser seu marido, pois ela o virá morrer e tinha ido ao seu enterro. Era impossível ser ele! Contudo afirmou que o nome de seu marido era o mesmo do pai e, que este havia desaparecido numa noite no ano de 1876.

A viúva ainda mostrou algumas fotografias antigas de Rudolph Fentz que seu marido guardou por toda a vida. Para a surpresa da polícia era um homem idêntico ao que fora atropelado na Times Square naquela sombria noite em 1950.

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Embora o caso seja extremamente incomum, poderia sim ser uma coincidência, o fato de dois homens serem confundidos no meio policial já ocorrera e muito mais de uma vez. Mas, uma procura mais incisiva no endereço dos cartões encontrados com o homem atropelado levaram os detetives a constatar que, segundo alguns registros policiais da época, aquele endereço era justamente o local onde Rudolph Fentz havia desaparecido em 1876.

Esse fato é histórico e testemunhado por policiais (A maioria já falecidos) que trabalharam no caso. Diversas revistas publicaram os depoimentos demonstrando ao mundo este grande caso sem solução. Com a revolução massiva da internet a história tornou-se ainda maior e viral. Muitos jornais da época publicaram o fato e apresentaram depoimentos de testemunhas que visualizaram o acidente e de alguns ex-policiais que participaram do caso.

Muitos condenam o fato e dizem ser uma grande mentira que surgiu através de um conto do escritor Jack Finney (1911–1995) publicado por Robert Heinlein em uma antologia de contos de ficção científica  em 1952.

A antologia saiu em 1952, mas o homem foi atropelado em 1950. Contudo o autor disse que o texto já existia antes desta data e alguém o utilizou em um dos jornais. Mas, o mais interessante é que não existe qualquer publicação do conto citado antes de 1952.

As provas, segundo relatos dos policiais ainda estão mantidas em exclusividade do poder público, pois esse seria um caso até hoje sem solução, portanto o caso ainda está aberto.

[Quero Medo, Dossiê Secreto]