Megaestrela: Corpo maciço com 1.300 vezes o diâmetro do Sol é identificado e pode ser visto a olho nu da Terra

O astro está entre os maiores objetos já vistos no Universo e tem um diâmetro 1.300 vezes maior do que o Sol. Apelidado de “hipergigante”, a estrela amarela era parte de um sistema estelar duplo, com o segundo componente tão perto que ele chega a estar em contato com a estrela principal. Os astrônomos dizem que a descoberta é única e pode ajudar a explicar como as estrelas interagem.

Hipergigantes amarelas são muito raras, com apenas uma dúzia ou pouco mais conhecida na galáxia: o exemplo mais conhecido é Rho Cassiopeiae. Foram descobertas pelo ESO Very Large Telescope Interferometer. Elas estão entre as maiores e mais brilhantes estrelas conhecidas e estão em uma fase muito instável de suas ‘vidas’, mudando rapidamente. Devido a esta instabilidade, as hipergigantes amarelas também expelem material, formando um ambiente luminoso bem extenso em torno delas.

“As novas observações mostraram também que esta estrela tem um parceiro binário muito perto, o que foi uma verdadeira surpresa”, diz Olivier Chesneau, cientista que liderou a pesquisa. Os astrônomos fizeram uso de uma técnica chamada interferometria para combinar a luz coletada a partir de vários telescópios individuais, efetivamente criando um telescópio gigante de 140 metros de tamanho.

121-2[1]

Apesar de sua grande distância de cerca de 12 mil anos-luz da Terra, o objeto pode praticamente ser visto a olho nu por uma pessoa normal, por meio de um par de binóculos. Quanto mais a estrela evolui ao longo dos anos, mais ficará visível, mas apenas algumas estrelas podem ser capturadas nessa fase, pois passam por uma mudança de temperatura.

Ao analisar dados sobre brilho variante da estrela, usando observações de outros observatórios, os astrônomos confirmaram que o objeto pode ser um sistema binário eclipsando, onde o componente menor passa na frente e atrás do maior.

O pequeno companheiro da hipergigante é apenas ligeiramente mais quente do que ela, com uma temperatura de superfície de 5.000 graus Celsius.

Chesneau conclui: “O companheiro que temos encontrado é muito importante, pois ele pode ter uma influência sobre o destino da hipergigante, por exemplo, tirando suas camadas exteriores e modificando sua evolução”.

A estrela é chamada de HR 5171 e orbita sua estrela companheira a cada 1.300 dias. O sistema está localizado na constelação de Centauro.

[Jornal Ciência]