Um teste de digitação para diagnosticar o Parkinson

Se é em um teclado, um smartphone ou até mesmo um leitor de cartão de crédito, você gasta parte do seu dia digitando. Bem, pesquisadores do MIT perceberam o valor deste hábito diário e estão colocando-o para um uso secundário; eles desenvolveram um software que pode medir a velocidade com que um digitador está tocando o teclado para ajudar a diagnosticar a doença de Parkinson.

Para digitar uma palavra, seu cérebro tem de enviar sinais através da sua medula espinhal para os nervos que operam os dedos. Se o seu sistema nervoso central está funcionando perfeitamente, então você deve ser capaz de tocar a maioria das teclas com uma velocidade relativamente constante. Mas uma série de condições podem retardar o sinal do cérebro para os dedos, como a privação do sono (o que atrasa todas as habilidades motoras) e doenças que afetam o sistema nervoso central, incluindo o mal de Parkinson.

Para a primeira versão deste estudo, os pesquisadores procuraram os padrões de digitação que indicam se uma pessoa estava privada de sono ou bem descansada. Eles criaram um plug-in que detectava o momento em que os voluntários batiam nas teclas e descobriram que as pessoas que estavam com sono, tiveram uma variação muito maior em sua velocidade de digitação. Eles encontraram resultados semelhantes no teste preliminar com os doentes de Parkinson; os 21 digitadores com Parkinson bateram nas teclas com velocidades muito mais variáveis do que os 15 voluntários saudáveis. Os pesquisadores chamaram isso de uma “window into the brain” (metaforicamente, é claro).

Neste momento, o algoritmo desenvolvido não é refinado o suficiente para distinguir os doentes de Parkinson de pessoas que são privadas de sono, embora os resultados possam ser mais claros depois de uma série de testes. Os pesquisadores planejam realizar um estudo com um grupo maior de indivíduos, mas eles esperam que este tipo de teste possa, eventualmente, levar a diagnósticos precoces de Parkinson – hoje a maioria das pessoas são diagnosticadas depois de terem tido sintomas por 5-10 anos – e à distinção do Parkinson de outras condições que possam afetar as habilidades motoras de uma pessoa, como a artrite reumatoide. Eles estão atualmente desenvolvendo um aplicativo de smartphone que pode testar os participantes ainda mais facilmente.