Veja 40 curiosidades sobre as Copas

Zagueiro que não fez falta em nenhum jogo da Copa, árbitro que deu três amarelos para o mesmo jogador em uma única partida e africano que não sabia a regra.

Tem ainda história da seleção que teve que jogar com uniforme de time local e do atleta que foi expulso aos 55 segundos.

Veja abaixo uma lista de 40 fatos curiosos sobre os Mundiais da Fifa.

Amarelo em excesso

No empate por 2 a 2 entre Croácia e Austrália, pela Copa de 2006, o árbitro inglês Graham Poll se confundiu com os cartões. O jogador croata Josip Simunic foi advertido com o amarelo aos 16 e depois aos 44 minutos de segundo tempo, mas não foi expulso. Simunic ainda arrumou tempo para reclamar com o árbitro e receber o terceiro amarelo nos acréscimos para, então, ser expulso de campo.

O árbitro inglês Graham Poll, durante partida polêmica no empate entre Austrália e Croácia

O árbitro inglês Graham Poll, durante partida polêmica no empate entre Austrália e Croácia

Confusão com a grafia

Revoltados com o empate do Brasil por 2 a 2 com a Suíça ainda pela primeira fase da Copa de 50, torcedores que haviam bebido demais se confundiram com a grafia e descontaram no rival errado: invadiram a Embaixada da Suécia, no Rio de Janeiro, e quebraram vidros e janelas. Coincidência ou não, os suecos também estavam na Copa e jogaram com a equipe da casa dias depois, pela fase final. Foram goleados por 7 a 1.

A invasão que deu certo

Fahd Al-Ahmed Al-Jaber Al-Sababe, príncipe do Kuwait e então presidente da federação de futebol local, assistia das tribunas à partida de sua seleção contra a França, na Copa de 82. Inconformado com a marcação do quarto gol francês, desceu ao gramado e intercedeu junto ao árbitro, argumentando que seus jogadores haviam desistido do lance após um apito ser ouvido das arquibancadas. A reclamação deu certo, e o gol foi anulado.

Ressaca longa

Em 1986, Renato Gaúcho estava em ótima fase e, naturalmente, seria um dos atacantes da seleção brasileira na Copa, não fosse sua predileção pela vida noturna. O jogador burlou a concentração e foi cortado pelo técnico Telê Santana. O lateral Leandro seria um dos atletas a ter acompanhado Renato na balada, mas foi poupado pelo treinador. Em solidariedade ao companheiro e também porque queria jogar como zagueiro e não como lateral, decidiu não se apresentar ao grupo que acabou eliminado nas quartas de final.

O lateral Leandro em jogo do Flamengo contra o Fluminense, em 1986

O lateral Leandro em jogo do Flamengo contra o Fluminense, em 1986

Apagão na final

Melhor jogador do mundo na época, Ronaldo liderava a seleção brasileira que chegou até a final em 98. Porém, horas antes da decisão contra a França, o atacante sofreu uma convulsão no hotel onde a equipe estava concentrada. Recuperado, o jogador apareceu no vestiário pedindo para ser escalado pelo técnico Zagallo. Abatido, o time acabou sendo presa fácil e ficou com o vice após ser derrotado por 3 a 0.

Ronaldinho tenta dominar a bola na final da Copa de 1998

Ronaldinho tenta dominar a bola na final da Copa de 1998

Estreia de gala

Muitos jogadores precisam de um longo histórico em sua seleção para merecer disputar uma semifinal de Copa do Mundo. Definitivamente este não foi o caso de Zé Carlos. Em 98, o lateral direito não tinha uma partida sequer com a camisa do Brasil, mas com a suspensão do titular Cafu caiu praticamente de paraquedas na partida contra a Holanda. Zé Carlos não comprometeu e o Brasil acabou se classificando nos pênaltis. Nenhum deles, no entanto, batido por Zé Carlos.

Guerra e paz

O sorteio do Grupo F da Copa do Mundo de 98 foi cruel para os organizadores e deixou o mundo apreensivo. Rivais no campo diplomático, Estados Unidos e Irã caíram na mesma chave do Mundial. Porém, antes do jogo, o clima foi de total cordialidade. As equipes posaram juntas para fotos e os iranianos entregaram buquês de flores aos americanos, representando a paz. Com a bola rolando, vitória do Irã por 2 a 1.

Torcedores com as bandeiras dos EUA e do Irã durante jogo entre os países e que acabou 2 a 1 para os asiáticos

Torcedores com as bandeiras dos EUA e do Irã durante jogo entre os países e que acabou 2 a 1 para os asiáticos

Rivais de muro

Em sua única participação em Copas do Mundo, a Alemanha Oriental “pulou o muro” e foi a Hamburgo enfrentar a Alemanha Ocidental, pela primeira fase do Mundial do 74. Em um jogo histórico, a vitória foi do lado comunista por 1 a 0. Na segunda fase, porém, a equipe acabou sendo eliminada por Holanda e Brasil.

O rei do drible

Que Garrincha foi o protagonista da Copa de 62, todos sabem. O que poucos se lembram é que o “Mané” encontrou um adversário à altura nas quartas de final, contra a Inglaterra. O rival, no entanto, não foi nenhum dos zagueiros ingleses, e sim um cachorro que invadiu o gramado e driblou Garrincha. O animal só conseguiu ser parado por Jimmy Greaves. Sem o cachorro driblador em campo, as coisas ficaram mais fáceis para Garrincha, que marcou dois gols na vitória brasileira por 3 a 1.

Camisa santa

Em 58, o Brasil já havia deixado de jogar de branco e adotado o “amarelo canarinho” em seu uniforme. Na final, porém, a adversária era a dona da casa, Suécia, que utilizava o mesmo tom em sua camisa e, depois de um sorteio, ganhou o direito de jogar com seu uniforme titular. Sem uma segunda cor, a delegação brasileira se apressou e, de improviso, comprou um jogo de camisas azuis como segundo uniforme. Os jogadores estavam desconfiados, e o chefe da delegação Paulo Machado de Carvalho resolveu apelar à fé: disse que o azul era a cor do manto de Nossa Senhora, padroeira do Brasil. A cor parece ter levado sorte, e o Brasil goleou os suecos por 5 a 2.

Quando a Fifa ouviu um “não”

Se hoje o Brasil se desdobra para atender às exigências da Fifa para a Copa, o mesmo não aconteceu para a Copa de 86. A Colômbia seria a sede daquele Mundial e, quatro anos antes, abriu mão de organizar o torneio alegando não ter tempo hábil para organizá-lo. O país-sede acabou sendo o México, que já havia recebido a Copa em 70.

Gol contra fatal

A Colômbia chegou à Copa de 94 como uma das favoritas ao título, mas não correspondeu às expectativas e acabou eliminada na primeira fase. Em um dos jogos, o zagueiro Andrés Escobar marcou um gol contra na derrota por 2 a 1 para os Estados Unidos. Dez dias depois, já de férias em Medellín, Escobar se envolveu em uma discussão por conta do lance e foi assassinado em frente a uma discoteca por Humberto Muñoz Castro.

O colombiano Andres Escobar lamenta o gol contra feito a favor dos EUA na Copa de 1994

O colombiano Andres Escobar lamenta o gol contra feito a favor dos EUA na Copa de 1994

Aquecimento no navio

O Brasil enfrentou uma verdadeira maratona para chegar à França e disputar a Copa de 38. Jogadores e comissão técnica fizeram uma viagem de 15 dias de navio, algo inimaginável nos dias de hoje. O atacante Romeu, por exemplo, engordou 9 quilos durante a epopeia.

Kaiser enfaixado

Na semifinal da Copa de 70, entre Alemanha e Itália, o capitão Franz Beckenbauer fez de tudo para defender as cores do seu país. O Kaiser fraturou a clavícula quando a Alemanha já havia realizado todas as suas substituições e, para que sua equipe não atuasse com um jogador a menos, improvisou uma bandagem e jogou o resto da partida com o braço colado ao corpo. A Itália acabou vencendo por 4 a 3 na prorrogação.

Eliminado, mas classificado

O regulamento da Copa de 54 confundiu os jogadores brasileiros. Após o empate por 1 a 1 com a Iugoslávia, os atletas desceram aos vestiários chorando, acreditando estarem eliminados da competição. Somente depois de algum tempo, foi esclarecido que o resultado classificou as duas equipes à próxima fase, coisa que os iugoslavos já sabiam em campo. Após tudo esclarecido, os brasileiros entenderam os sinais feitos pelos adversários durante a prorrogação, pedindo a manutenção do empate.

Estranho no ninho

A Copa de 78 ficou marcada tanto pelo título argentino como pelo uso do futebol como propaganda do regime ditatorial de Jorge Rafael Videla. No jogo em que o Peru perdeu por 6 a 0 para a Argentina, classificando os donos da casa à grande final e eliminando o Brasil no saldo de gols, o goleiro peruano Ramón Quiroga afirmou ter visto militares argentinos no vestiário de sua equipe “antes da partida ou no intervalo”.

O primeiro rock

A tradição da Copa do Mundo em ter sua música oficial teve início no Chile, em 62. O privilégio foi do grupo chileno Los Ramblers, que embalou a competição do som de “El Rock del Mundial”.

Lista seleta

Somente quatro jogadores no mundo marcaram gols em duas finais de Copa, entre eles dois brasileiros. Pelé marcou nas decisões de 58 e 70; Vavá nas de 58 e 62; Paul Breitner nas de 74 e 82; e Zinedine Zidane nas de 98 e 2006.

Copa no Polo Norte?

A cidade de Sandviken, na Suécia, fica a 160 quilômetros de Estocolmo e foi o local mais ao norte a já ter recebido uma partida de Copa do Mundo. Sediou os jogos da Hungria contra o México e o País de Gales, em 58.

Zidane (centro), Marcel Desailly e Lizarazu com a taça da Copa de 1998

Zidane (centro), Marcel Desailly e Lizarazu com a taça da Copa de 1998

Tapetão?

Garrincha havia sido expulso na semifinal contra o Chile, na Copa de 62, e passaria por um julgamento para definir sua presença ou não na final contra a Tchecoslováquia. A testemunha-chave do caso, porém, o assistente uruguaio Esteban Marino, não apareceu para depor, em uma manobra dos cartolas brasileiros. Garrincha foi absolvido e pôde atuar na decisão.

O primeiro mascote

O leão Willie foi o primeiro mascote de uma Copa do Mundo, a de 1966. Vestindo uma camisa com a bandeira da Grã-Bretanha, Willie deu sorte aos ingleses, que foram os campeões daquele Mundial.

Faro de troféu

A taça Jules Rimet ficou em definitivo com o Brasil após a conquista de 70. Por aqui, foi roubada e derretida para a venda de seu ouro. Anos antes, porém, a taça já havia sido alvo de ladrões. Em 66, o troféu sumiu meses antes da Copa, durante uma exibição em Londres. Uma semana depois, o cão Pickles passeava pela capital inglesa quando encontrou a Jules Rimet, escondida em alguns arbustos.

Tri a cores

A Copa de 70 foi o primeiro evento a receber transmissão direta em cores no Brasil. Mas foram poucos os brasileiros privilegiados a não acompanharem a campanha do tri em preto e branco. Entre eles, claro, estava o presidente Médici.

Jogo quente, literalmente

Alemanha e Coreia do Sul realizaram o jogo com a temperatura mais alta da história das Copas. Foi nos Estados Unidos, em 94. A temperatura máxima registrada pelos termômetros durante a partida, realizada no estádio Cotton Bowl, em Dallas, foi de 46 graus.

O jogo que terminou no ar

Era a estreia do Brasil na Copa de 78. A seleção empatava com a Suécia por 1 a 1, quando aos 45 minutos do segundo tempo Nelinho cobrou escanteio e Zico marcou o que seria o gol da vitória. Seria, porque enquanto a bola viajava pelo ar o árbitro Clive Thomas, do País de Gales, decidiu dar o apito final e terminar a partida.

A prorrogação mais longa das Copas

Aconteceu na semifinal da Copa de 90, entre Itália e Argentina. O árbitro francês Michel Vautrot simplesmente se esqueceu de apitar o final do primeiro tempo da prorrogação, e só foi perceber o ato falho aos 23 minutos, quando deveria ter encerrado aos 15. O erro do árbitro atrapalhado pelo menos não interferiu no resultado da partida. Nenhum gol saiu nesse período de acréscimo, e a Argentina venceu na decisão por pênaltis.

Expulsão relâmpago

O uruguaio José Batista voltou da Copa do México, em 86, podendo dizer que foi o jogador a receber a expulsão mais rápida da história das Copas. Aconteceu no jogo contra a Escócia, pela primeira fase, após uma dura entrada aos 55 segundos de jogo.

Pode isso, Zaire?

O Zaire foi uma das atrações da Copa de 74, mas chamou a atenção do mundo mais por seu amadorismo do que por seu futebol. Na partida contra o Brasil, Rivelino se preparava para cobrar uma falta, e assim que o árbitro apitou autorizando a cobrança Muepu Ilunga saiu correndo da barreira e deu um bico na bola, acreditando que após o sinal o adversário poderia sair jogando. Só conseguiu receber um cartão amarelo.

Troféu Fair Play

O zagueiro paraguaio Gamarra faz história no Brasil com a camisa do Corinthians, mas também atingiu uma grande marca defendendo a sua seleção. Durante os quatro jogos do Paraguai na Copa de 98, Gamarra não cometeu uma falta sequer.

O zagueiro Gamarra, do Paraguai, domina a bola marcado por rival da Nigéria

O zagueiro Gamarra, do Paraguai, domina a bola marcado por rival da Nigéria

Gol de ouro

Poucos gols na história das Copas valeram tanto quanto os dois marcados pelos Emirados Árabes no Mundial de 90, pelo menos materialmente. Khalid Ismail e Ali Thani Jumaa maracam os gols das derrotas por 5 a 1 para a Alemanha e 4 a 1 para a Iugoslávia, respectivamente, e cada um recebeu de presente um Rolls Royce.

Uniforme alternativo

Já eliminadas da Copa de 78, França e Hungria jogaram em Mar del Plata para cumprir tabela, mas um fato curioso entrou pra a história dos Mundiais. Como as duas equipes levaram apenas jogos de camisas brancos para a partida, a França precisou recorrer ao uniforme do time local Club Atlético Kimberley, e disputou o jogo com uma camisa listrada em verde e branco, fugindo totalmente do tradicional azul.

Maior goleada

A melhor seleção da Hungria na história das Copas foi sem dúvida a de 54, mas o time húngaro de 82 também fez bonito. A vitória por 10 a 1 sobre El Salvador é até hoje a maior goleada da história das Copas.

Água batizada

Brasil e Argentina jogavam as oitavas de final da Copa de 90, quando o massagista da seleção argentina entrou em campo para prestar atendimento a um dos jogadores. O lateral Branco se aproximou para tomar água e recebeu de um dos adversários uma garrafa da cor verde, diferente das demais. Anos depois Maradona afirmou que a água dada ao brasileiro continha sonífero.

O gol mais rápido

O atacante turco Hakan Sukur não foi um dos destaques de sua equipe na campanha que levou a Turquia às semifinais. Em sete jogos o centroavante marcou apenas um gol, mas este foi histórico. Sukur fez seu gol aos 11 segundos da disputa pelo terceiro lugar, contra a Coreia, e detém até hoje o título de gol mais rápido em uma Copa do Mundo.

Rio x SP na Copa

Em 1930, a rivalidade Rio x São Paulo era acirrada. Após uma briga entre a Confederação Brasileira de Desportos e a Associação Paulista de Esportes Atléticos, somente jogadores que atuavam no Rio foram convocados. A exceção foi o atacante Araken, que fez história no Santos mas na época estava sem contrato com a equipe da Baixada.

Vingança uruguaia

A seleção do Uruguai de 34 foi a única da história a não defender seu título em uma Copa do Mundo. Isso aconteceu por conta de uma retaliação aos europeus. Como somente Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia atravessaram o Atlântico para jogar a Copa de 30, o Uruguai decidiu não ir ao Mundial realizado na Itália quatro anos depois.

Um jogo, duas marcas

A partida entre Camarões e Rússia pela Copa de 94 poderia ter passado despercebida, não fosse a quebra de duas marcas históricas. O russo Oleg Salenko marcou cinco gols na goleada por 6 a 1 e se tornou o jogador com mais gols em uma só partida. Camarões não deixou por menos. Roger Milla fez de pênalti e se tornou o jogador mais velho a marcar em um Mundial. Estava com 42 anos, um mês e oito dias.

Aquecimento fez a diferença

A histórica seleção da Hungria de 54 foi a primeira da história das Copas e fazer aquecimento antes das partidas. O método pareceu funcionar, pois aos 7 minutos do jogo contra o Brasil, pelas quartas de final, já venciam por 2 a 0. Na grande final, a Hungria marcou seus dois gols nos primeiros 8 minutos, mas acabou tomando a virada da Alemanha.

O polvo profeta

A Copa de 2010 ficou marcada também pela profecia. Habitante do aquário de Oberhausen, na Alemanha, o povo Paul ficou famoso ao fazer “previsões” e acertá-las. Alimentado por mexilhões, o aquário de Paul recebia duas caixas com o alimento, cada uma decorada com a bandeira de um país. A caixa escolhida por Paul para se alimentar representaria o time vencedor. O polvo acertou todos os jogos da Alemanha, incluindo a derrota para a Espanha e a conquista do terceiro lugar contra o Uruguai. Na final, apostou nos espanhóis, que ficaram com o primeiro título mundial.

A maldição do melhor do mundo

Nenhum dos jogadores eleitos como o melhor do mundo pela Fifa levaram a Copa do Mundo no ano em que defendiam o título. Em 93, Roberto Baggio recebeu o prêmio e desperdiçou o pênalti final nos Estados Unidos. Melhor do mundo em 97, Ronaldo teve uma convulsão no dia de final contra a França e ficou com o vice. Pior aconteceu com o português Luís Figo. Eleito melhor do mundo em 2001, caiu com Portugal ainda na primeira fase na Coreia e no Japão. Ronaldinho jogou defendendo o título em 2006, não marcou nenhum gol e o Brasil caiu nas quartas. Por último, Messi também passou em branco na África do Sul e foi eliminado pela Alemanha nas quartas de final. Resta saber o que Cristiano Ronaldo conseguirá fazer por Portugal.

[Folha de S. Paulo]