A vida na Terra pode ter surgido muito mais cedo

No grande esquema das cosmos, a vida na Terra pode ter aparecido muito mais cedo do que ‘deveria’.

Uma equipe liderada pelo presidente do departamento de astronomia de Harvard, Avi Loeb, esmiuçou alguns números que comparam o tamanho de estrelas à quanto tempo a vida deve se formar nos planetas habitáveis que os cercam. A equipe prevê que as chances de vida se desenvolvendo em torno das estrelas mais comuns e menores, as anãs vermelhas, vão aumentar drasticamente no futuro. Em outras palavras, quando se trata de vida, talvez nós não tenhamos visto nada ainda.

A vida tem um monte de pré-requisitos. Ela começa com um planeta que orbita uma estrela, então a energia da estrela pode alimentar as reações químicas indutoras de vida. Essas reações geralmente ocorrem em água líquida, de modo que o planeta precisa dela para se sentar em uma zona chamada habitável, isto é, uma distância da estrela em que o planeta é quente demais para que a água congele e muito frio para que a água ferva. O planeta também precisa ter oxigênio, carbono, e outros elementos, e pesar o suficiente para que sua gravidade possa reter uma atmosfera. Mas foram essas as condições únicas para a Terra?

“A ideia geral em que muitas pessoas acreditam é que, uma vez que existem ao lado de uma estrela como o Sol em uma galáxia como a Via Láctea, para a vida existir você precisa dessas condições”, Loeb disse à revista Popular Science. “Mas, na verdade, estrelas de pequena massa são muito mais comuns do que o Sol. Ele não é uma estrela típica. Estrelas de pequena massa têm uma vida, elas podem viver 1.000 vezes mais “.

A equipe combinou teorias e dados sobre os tamanhos das estrelas e dos planetas extrassolares em suas zonas habitáveis para calcular a probabilidade de a vida se formar em um determinado momento. Eles preveem que um planeta que orbita uma estrela do tamanho do nosso sol ou maior desenvolverá a vida por agora. Estrelas maiores que três vezes o nosso Sol têm geralmente  uma duração muito curta para a vida se desenvolver. Mas, a vida não brotará ao redor das anões vermelhas menores e mais comuns por mais dez trilhões de anos ou mais. Como um lembrete, o nosso universo tem atualmente apenas 14 bilhões de anos, por isso pode levar um tempo até que algum alien legal nos faça uma visita.

Os cálculos assumem que a vida poderia se formar em todos os planetas nas zonas habitáveis em torno de estrelas tão pequenas quanto 8% do tamanho do nosso Sol, mas que pode não ser o caso. “Há um monte de artigos que dizem que a vida pode ser suprimida em torno dessas estrelas”, disse James Kasting, geocientista e pesquisador de exoplanetas em Penn State, à Popular Science. “Meu palpite é que muito poucos deles têm planetas habitáveis.” A zona habitável em torno destas pequenas estrelas seria muito mais próxima, portanto, quaisquer planetas poderiam ser mais vulneráveis à radiação nociva disparada pela estrela. Pior ainda, a gravidade da estrela poderia puxar muito mais forte de um lado do planeta, causando mais atividade vulcânica que poderia levar ao efeito estufa e à ebulição dos oceanos, de acordo com um artigo publicado pelos pesquisadores Rodrigo Luger e Rory Barnes.

Loeb concorda que essas teorias foram importantes, mas elas não se opõem à busca por vida em estrelas menores. Outros artigos postularam formas de vida que podem surgir nesses planetas, apesar dessas limitações, e há tantas exoplanetas, pelo menos 100 bilhões na Via Láctea, que alguma porcentagem pode se tornar a exceção a qualquer regra.

A verdadeira importância da pesquisa é descobrir o quão estranho terráqueos realmente são. Se anãs vermelhas podem hospedar vida, então estamos a poucos trilhão de anos mais cedo para o jogo de bola. “Esta pesquisa tem um significado maior”, disse Loeb: “se somos especiais ou típicos.”