Incrível polvo possui verdadeiro lençol colorido escondido

O polvo-véu faz parte de um grupo de quatro espécies do gênero Tremoctopus. Ele é uma das mais espetaculares criaturas do mundo, que ilustra um dos mais extremos casos de dimorfismo sexual: a fêmea é 40.000 vezes mais pesada que o macho.

Enquanto elas podem chegar a 2 metros de comprimento, eles são minúsculos e alcançam, no máximo, alguns centímetros de comprimento (mais ou menos o tamanho de uma noz).

Também conhecido como “polvo cobertor” (“blanket octopus”) em inglês, esses nomes vêm de sua estranha aparência, com os tentáculos fechados em uma “capa”. Esses animais são raramente vistos, já que passam a vida inteira à deriva nos oceanos abertos de regiões quentes em todo o mundo, mas, quando avistados, têm a estranha aparência de um “grande cobertor rosa” (no caso da fêmea), daí o apelido.

Digital Camera

Esse animal tem um comportamento defensivo incomum: ele coopta com os tentáculos de uma água-viva. O polvo arranca os tentáculos da água-viva, já que é imune a tal picada dolorosa, e, quando se depara com potenciais predadores, usa os tentáculos capturados nos seus dois pares de braços para afastar o perigo.

Os machos também têm um terceiro braço especialmente modificado que armazena esperma. Durante o acasalamento, este tentáculo se destaca e se arrasta para o manto da fêmea para fertilizar seus ovos. O macho morre pouco depois do acasalamento. As fêmeas transportam 100.000 pequenos ovos unidos a uma secreção de calcário em forma de salsicha, que fica na base de seus braços dorsais, até à eclosão.

“Se um macho encontra uma fêmea, ele usa todos os seus recursos na tentativa de acasalar, pois é improvável que vá encontrar outra”, explica Tom Tregenza, da Universidade de Leeds. Então, o macho enche um tentáculo modificado com esperma, o arranca e o apresenta a sua potencial companheira.

Ela armazena os tentáculos dentro de grandes cavidades internas do corpo até que estejam prontas para colocar seus ovos. Nesse ponto, a fêmea puxa o tentáculo para fora e o aperta como um tubo de pasta de dente sobre os ovos.

Por seu tamanho minúsculo, o macho dessa espécie não foi sequer visto vivo na natureza até 2003. Recentemente, no entanto, foi fotografado por pesquisadores que conseguiram notar detalhes de sua anatomia.

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O comportamento de acasalamento lembra os tamboris, criaturas do fundo do mar em que os machos também são muito pequenos, mas que são parasitas. Quando um macho encontra uma fêmea, ele se fixa permanentemente ao seu corpo, absorve a sua cabeça, e funde seu tecido e sangue com o do sexo feminino. Ele torna-se apenas um pedaço do corpo da fêmea, pronto para fertilizar seus ovos. Este comportamento é obviamente adaptável para uma criatura de alto mar, pois as fêmeas são tão raras que, quando o macho encontra uma, o melhor é nunca deixá-la ir embora.

[Jornal Ciência, HypeScience]