Ao fazer uma limpeza em casa, você pode estar se perguntando de onde toda esta poeira veio. Se você mora nos Estados Unidos, a ciência pode ter uma resposta.
Um estudo publicado na PLoS One mostra que as pequenas partículas de fungos presentes em toda a poeira variam conforme a localidade. Há diferença suficiente entre as comunidades de fungos em todo o país para que os pesquisadores possam identificar a origem da poeira num raio de quilômetros de onde ela veio, e com mais dados sobre as distribuições de fungos nos Estados Unidos, as previsões futuras podem ser ainda mais precisas.
Os cientistas da NC State olharam para um banco de dados de amostras de poeira coletadas a partir de 1.000 locais em 47 estados. As amostras de pó ao ar livre continham abundância de micróbios, incluindo partículas de fungos. Dos cerca de 40.000 tipos de fungos encontrados nas amostras, não são muitos os sobrepostos. Conforme os pesquisadores disseram na pesquisa, alguns fungos só foram encontrados na costa oeste, ou estavam intimamente associados a culturas como uvas, então, uma amostra contendo ambos pode ter vindo de uma região vitícola do oeste. Com milhares de fungos, cada um com seu próprio habitat preferido, os pesquisadores tiveram muito com o que trabalhar.
“Com base nesta constatação, nós queríamos demonstrar se é possível prever de onde uma amostra de pó vem com base em fungos presentes na amostra, e – na maioria das vezes – nós podemos”, disse o principal autor do estudo, Neal Grantham.
No melhor cenário absoluto, Grantham e seus colegas foram capazes de identificar a origem de uma amostra de pó num raio de 56 km de onde foi tirada. Na outra extremidade do espectro, eles poderiam, por vezes, estar fora por até 1.038 km. Na maioria das vezes, os pesquisadores foram capazes de prever a origem do pó dentro de 230 km.
1.000 locais não é uma amostra de tamanho insignificante, mas alguns lugares, como o norte do Centro-Oeste foram intensamente sub-representados. Com mais amostras de todo o país, e melhores modelos de previsão, os cientistas esperam que eles possam fazer previsões ainda mais precisas.
“Em última análise, nós queremos ter uma ferramenta online para a aplicação da lei para executar os resultados das amostras de poeira de uma peça de roupa, de um corpo, ou de um veículo, e obter informações sobre onde o vestuário, corpo ou veículo vieram”, disse Grantham.