Nanotubos de carbono poderão ser utilizados para tornar seus móveis à prova de fogo

Você sabia que os móveis da sua casa pode ser um risco em casos de incêndio? Segundo pesquisa do órgão americano National Fire Protection Association, mais de 20% das pessoas que morreram queimadas em suas casas entre os anos de 2006 e 2010 foram vítimas por móveis altamente inflamáveis com estofados e espumas.

O que de fato tem alto poder de combustão é o material interno e não o revestimento. Pensando nisso, cientistas do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA realizaram estudos com nanotubos de carbono e conseguiram desenvolver um revestimento para ser usado em espumas, reduzindo sua inflamabilidade em 35%.

O material foi desenvolvido colocando camadas de nanotubos entre duas camadas de polímero, permitindo a dissipação do calor, formando uma espécie de “sanduíche” nanométrico. Ao total, são 12 camadas que compõem o material, resultando em um revestimento com um centésimo do diâmetro do cabelo humano.

O maior desafio da equipe era conseguir que os nanotubos “colassem” nas camadas de polímero, permitindo uma distribuição igualitária. Para isso, os pesquisadores ligaram moléculas de grupos amina nos nanotubos. Essa mesma técnica é utilizada quando se usa culturas de células para permitir que as moléculas de DNA fiquem “paradas”.

Amostras de poliuretano (espuma) foram tratadas com o novo revestimento e testadas em laboratório. A pesquisa provou que o revestimento faz com que a espuma seja mais resistente, “evitando” pegar fogo com facilidade.

O novo material foi descrito na revista Thin Solid Films e desenvolvido pelos cientistas Yeon Seok Kim e Rick Davis.

Se os nanotubos forem seguros para uso humano, uma revolução no mercado de móveis poderá ocorrer. Porém, ainda há dúvida se os nanotubos de carbono são cancerígenos.

[Jornal Ciência]