Cientistas americanos confirmaram a existência de um tubarão-touro com duas cabeças, encontrado por um pescador no Golfo do México em 2011.
A espécie incomum foi encontrada quando o pescador abriu o útero de um tubarão adulto, cerca de um ano após o vazamento de petróleo da plataforma de Deepwater Horizon.
Esse não é o primeiro registro de um tubarão com duas cabeças, há cerca de seis casos publicados em relatórios, mas é a primeira vez que foi observado em um tubarão-touro, diz Michael Wagner, um dos autores do estudo e pesquisador do Michigan State University.
Tubarões-touro são uma das poucas espécies de tubarão que ataca os seres humanos, e também são populares com os pescadores que conseguem capturar com mais facilidade.
“Chamado tecnicamente de “bifurcação axial”, a deformação é o resultado de quando o embrião começa a dividir em dois organismos diferentes, ou gêmeos, mas faz de forma incompleta”, explica Michael Wagner ao veículo OurAmazingPlanet. Essa mutação é rara, e pode ocorrer em diferentes animais, incluindo seres humanos.
O pescador descobriu o feto anormal do tubarão-touro ainda vivo, e tentou fazer contato com uma equipe de cientistas para analisá-lo, porém o animal morreu em seguida.
Os cientistas acreditam que o feto de duas cabeças não tinham muitas possibilidades de ter sobrevivido por muito tempo na natureza. “Quando você é um predador que precisa se mover rapidamente para capturar peixes em movimento rápido… isso seria quase impossível com esta mutação“, diz Wagner.
A espécie de tubarão deformado pode ajudar nos estudos futuros a entender melhor como essas deformidades surgem em tubarões e outros animais. O fenômeno é raro e interessante, por outro lado, “deveríamos ter encontrado o animal antes para tirar maiores conclusões”, afirma o cientista.
Com imagens de ressonância magnética, Wagner e sua equipe comprovou a existência das duas cabeças, assim como a presença de dois corações e de dois estômagos. A parte central do corpo se mostrou unificada, já que o animal possuía uma única cauda.
O estudo, realizado por pesquisadores do Michigan State University, foi publicado no dia 25 de março no Journal of Fish Biology, na versão online. [Jornal Ciência]