Marte tem água corrente, indicam novas evidências

Imagem destaque: Estrias escuras com 100 metros de comprimento em Marte têm sido cogitadas como evidência de água fluente

Escuras e estreitas listras esticam seus dedos descendo as encostas de Marte a cada temporada quente. Essas veias escuras desaparecem quando o tempo esfria. Durante muito tempo, os cientistas acreditavam que estas faixas vinham de um mar salgado que é sólido no inverno, mas derrete na primavera, descendo as encostas. Mas, uma vez que os veios são de apenas 5 metros de largura, no máximo, nossos satélites não poderiam obter um olhar claro o suficiente para analisar sua composição.

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Agora, pesquisadores descobriram uma maneira de saber do que essas faixas são feitas, utilizando dados da Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da NASA. O dispositivo espectral da MRO que grava imagens normalmente não pode obter os detalhes menores que 18 metros de diâmetro, mas, uma equipe de pesquisadores encontrou uma maneira de extrair informações sobre a composição dos pixels individuais de dados. O estudo foi publicado na Nature Geoscience.

Eles descobriram sais hidratados nas áreas de Marte onde as listras aparecem durante o tempo quente. Sais hidratados estão ligados às moléculas de água, e estas foram possivelmente deixadas por água evaporada. Em contraste, nas áreas onde as linhas nunca aparecem, não houve indicação de sal.

Os resultados sugerem fortemente que a hipótese da salmoura está correta – no caso, isso significaria que há água líquida em Marte, pelo menos sazonalmente. Isso é uma grande notícia para os cientistas que ainda acreditam que vida pode estar escondida em Marte.

Os cientistas não têm certeza de onde a água pode estar vindo a cada primavera. Os sais podem estar absorvendo água a partir do ar e liquefazendo-a. Ou o derretimento de gelo ou até mesmo um aquífero marciano poderia estar por trás da água líquida.

Listras recorrentes durante o tempo quente

Listras recorrentes durante o tempo quente

A água, se ela está lá, é realmente salgada – tem que ser, por continuar a ser um líquido a -23 graus Celsius (sais baixam o ponto de congelamento da água, razão pela qual são colocados em estradas no inverno). Ainda assim, há bastante micróbios “amantes” de sal bem aqui na Terra para que os cientistas detenham uma tênue esperança de que Marte poderia ainda ser habitada por criaturas simples, unicelulares.

Marte não tem o tipo de salmoura que gostaríamos para fazer picles, infelizmente (ou não). A sonda detectou perclorato de magnésio, clorato de magnésio e perclorato de sódio, que realmente não fazem os melhores aditivos alimentares. Estes tipos de sais são altamente oxidantes, o que significa que eles gostam de quebrar o material orgânico, o que certamente torna a vida difícil.

O potencial para a vida em Marte ainda é um tiro longo, mas vale a pena analisar, escrevem os autores. E John Grunsfeld, do Diretório de Missões Científicas da NASA, concorda. Durante uma conferência de imprensa, ele disse: “Eu sinto que é ainda mais imperativo que nós enviemos astrobiólogos e cientistas para o Planeta Vermelho para explorar se há vida em Marte.”

A água líquida em Marte não é apenas boa para quaisquer potenciais micro-organismos marcianos que ali vivem, mas também para os astronautas que a NASA espera enviar para lá um dia. Água em Marte poderia ser recuperada como uma fonte, ou se separarem em hidrogênio e oxigênio, que pode ser usado como combustível de foguete.