Os cavalos-marinhos parecem animais calmos e quietos, mas um equipamento de gravação de alta tecnologia revelou que eles rosnam em situações de estresse.
A descoberta, feita por pesquisadores de bioacústica da Universidade Federal de Pernambuco, reforça um número crescente de evidências de que muitos animais marinhos, mesmo os mais diminutos, são criaturas de emoções e formas de comunicação complexas.
Os cavalos-marinhos chamam nossa atenção por sua aparência peculiar e a elegância de seus movimentos na água.
“Eles são peixes bonitos, monogâmicos e calmos, que encantam as pessoas”, comenta um dos pesquisadores, Antonio Souto.
No entanto, os resultados do estudo, publicados na última edição da revista Journal of Zoology, sugerem que é melhor não incomodá-los.
A equipe de pesquisadores, chefiada por Tacyana Oliveira, equipou um aquário com um hidrofone para gravar os sons que os animais produzem quando se alimentam, cortejam pretendentes ou são tocados por seres humanos.
Os cavalos-marinhos emitiram cliques animados enquanto se alimentavam, e tanto machos como fêmeas produziram esse tipo de som durante o cortejo. Quando o “namoro” esquentava, os cliques soavam mais vibrantes e pareciam entrar em sincronia quando os casais se aproximavam.
Mas quando um pesquisador encostava delicadamente em um deles perto do hidrofone, o equipamento registrava uma espécie de rosnado, como se o animal estivesse irritado. É a primeira vez que esse tipo de som é identificado em um cavalo-marinho.
Os pesquisadores acreditam que os cavalos-marinhos também rosnam quando são atacados.
“Eles costumam ser agarrados e retidos pelos predadores, como o peixe-sapo, antes de serem engolidos”, escrevem os pesquisadores. “Os rosnados foram acompanhados de vibrações corporais e podem servir como mecanismo de defesa para espantar os predadores”, acrescentam.