Por que não estamos comendo mais insetos?

Tacos de grilos crocantes, sanduíches com larvas de abelha, pão de larva de banana – você já deve saber que receitas à base de insetos têm toda a repulsa ultimamente. Mas, mesmo em face de evidências de que comer insetos é bom para o planeta, você ainda pode pensar que os insetos são nojentos. De acordo com uma equipe de psicólogos e especialistas em culinária, argumentos que apelem a sua lógica não vão convencê-lo a ingerir insetos. Em vez disso, deve-se apelar para o seu paladar e os olhos, fazendo as comidas com insetos simplesmente mais agradáveis ​​de se comer. Os pesquisadores recentemente publicaram um artigo na revista Food Quality and Preference observando porque nós não estamos comendo mais insetos e o que eles sugerem a respeito.

Intelectualmente, nós sabemos que comer carne de vacas e porcos não é sustentável. Eles ocupam muito mais espaço e recursos, que estão cada vez mais escaços a cada ano. Vários meios de comunicação, gurus de programas culinários e até mesmo as pequenas empresas têm promovido as qualidades nutritivas e o sabor dos insetos, mas a tendência ainda não pegou entre as pessoas em geral, observam os autores do estudo. E ninguém está tentado a experimentar algo que considera nojento só porque as pessoas de outras culturas ao redor do mundo incorporam regularmente insetos em suas dietas.

“Décadas de pesquisa têm mostrado repetidamente que mudar as escolhas alimentares das pessoas por meio de discurso racional normalmente falha: como, então, se incentiva novas escolhas por meio apenas do discurso racional esperando que funcione?”, escrevem os autores do estudo.

Muitos ocidentais dizem que os insetos lhes dão nojo, porque eles estão ligados à sujeira, doença e morte. Mas isso é mais uma atitude cultural do que uma repulsa inerente. Não é racional. Assim, a maneira de contornar isso, dizem os autores do estudo, é apelar para essa irracionalidade, fazendo os insetos terem uma aparência e gosto bons, para então as pessoas ativamente gostarem de comê-los. Restaurantes podem apresentar pratos artisticamente preparados com nomes conhecidos para tornar os clientes menos ariscos. Usando um nome diferente para descrever os insetos a serem comidos também pode ajudar os consumidores a se sentirem mais confortáveis com esta nova adição na dieta. Os neurocientistas podem colaborar em campanhas de educação pública que fazem as pessoas quererem experimentar novas receitas em casa. Importante, os pratos devem ter uma aparência tão boa quanto seu gosto.

Com muito mais atenção dos cientistas, chefs e membros da mídia, o consumo de insetos pode crescer, observam os pesquisadores.